Não durmo há dois dias. A tristeza, o negativismo,
apoderaram-se de mim com uma força imensa que
não sou capaz de controlar.
apoderaram-se de mim com uma força imensa que
não sou capaz de controlar.
Falar sobre o que sinto? As palavras ficam presas na
minha boca, embora as lágrimas teimem em sair.
Sou só emoções, que se anulam umas às outras até
permanecer apenas o nada. O vazio.
Um robot programado para sobreviver somente às
necessidade básicas do quotidiano, este que se torna
cada vez mais difícil de suportar.
minha boca, embora as lágrimas teimem em sair.
Sou só emoções, que se anulam umas às outras até
permanecer apenas o nada. O vazio.
Um robot programado para sobreviver somente às
necessidade básicas do quotidiano, este que se torna
cada vez mais difícil de suportar.
Sinto-me inútil. Sei que sou um fardo, que não sabem lidar comigo. Já tive a minha dose de medicamentos, psiquiatras, internamentos, e parece nunca ter fim. Às vezes queria eu própria impor um fim, desistir de tudo. Mas respiro fundo e controlo-me, procuro forças onde elas já não existem. Nunca sei o que esperar do amanhã.
Isto porque a estabilidade parece inalcançável. Ora hiperactiva, ora desprovida de energia, as oscilações levam a um desgaste físico e psicológico intenso, cujo equilíbrio apenas a medicação consegue repor. Tento lutar, a sério que tento. Mas às vezes os demónios são demasiado fortes, apossam-se de mim e eu não tenho a força para os exorcizar.
Sei que o amanhã pode ser melhor. Se não o amanhã, talvez o depois. Para mim a vida já não detém garantias. Qualquer momento pode ser final, qualquer olhar o último. Mas é esta possibilidade, esta esperança de um novo futuro que me dá a força para continuar. É a única coisa que me mantém viva.