quarta-feira, abril 6

Doentes. Dementes. Loucos. Sombras de um mundo ilusório que os prende à realidade que são forçados a viver.
De delírios, euforia, solidão e memórias apagadas, surge um Império agonizante que consome quem o governa e que isola da sanidade do Homem quem lhe pertence. Eleva-se uma vontade de fugir dos fantasmas que assombram a sua mente e que incessantemente desmoronam a sua Soberania.
Sem saber o que fazer, sem saber o que dizer, perdem-se. Assolados pela inutilidade, vêem-se cada vez mais distantes da sociedade que também os afasta, movida pelo preconceito inconsciente. O desinteresse conquista muita gente, o conformismo é claramente mais simples.
O desgaste apodera-se das famílias que amam e apoiam incondicionalmente. As dificuldades e os obstáculos repelem a esperança que começa lentamente a desaparecer. As lutas diárias tornam-se desafiadoras e o quotidiano cada vez mais difícil de suportar. O amor impede a resignação, mas a fraqueza apodera-se até dos mais fortes. O contacto entre os mundos paralelos deixa de se estabelecer e o sofrimento instala-se. Para todos.
Da enigmática loucura fazem parte os que vêem o mundo com outros olhos, uma minoria determinada por um sistema de convenções. Mas quem dita essas convenções? Quem ergue as barreiras que nos separam, pondo de lado a união?
Cabe a cada um de nós sair da nossa zona de conforto, mergulhar num mundo desconhecido, pormo-nos na pele daqueles que não conseguimos compreender. Cabe a cada um de nós lutar por aquilo em que acreditamos, pelos valores que cresceram connosco, por um mundo mais igual.
Nós aceitámos o desafio. Resta saber quem mais está à altura.

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